sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ruflar de Asas







Absorta por meus pensamentos continuo aqui. E do lado de fora existe um mundo que não conheço, e sinto um profundo desejo de me perder nessa imensidão de cores e formas.




O único raio de luz que posso ver, é através de uma janela.




-E o que vejo: Um pássaro que me acompanha nessa solidão. Mas, é tão estranho, ele está inerte, é como se estivesse olhando pra mim. Tão pequeno que chega a se perder no infinito azul...




-O céu!




E durante esse tempo a única coisa que acontece é apenas um ruflar de asas. Até agora não fui agraciada com seu canto. Mas sinto uma profunda alegria que me toma completamente. Vá e voe o mais alto que puder. É isso o que digo: E ele continua quieto, olhando pra mim.



Ah! Meu ilibado pássaro, obrigado por deixar minha alvorada bem mais vívida!












Renata Abreu

Borboletas



Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão nesse mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.



Temos que nos bastar... Nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam... Não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.



Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama ( ou acha que ama) e não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher da sua vida.



Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.



No final das contas,você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você.









Mario Quintana.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Novas Fotos do Evanescence.




























Perfeitas!!!!

O Corvo



Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, vagos curiosos tomos de ciências ancestrais, e já quase adormecia, ouvi o que parecia o som de alguém que batia levemente a meus umbrais. " Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais. É só isto, e nada mais."





Ah, que bem disso me lembro! Era no frio de dezembro e o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu queria a madrugada, toda a noite aos livros dada pra esqueçer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais





-Essa cujo o nome sabem as hostes celestiais, mas sem nome aqui jamais!





Como a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo: "É uma visita pedindo entrada em meus umbrais. É só isto, e nada mais."





E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,"Senhor", eu disse, "ou Senhora, de certo me descupais; Mas eu ía adormecendo, quando viestes batendo tão levemente, batendo, batendo por meus umbrais.





Que mal ouvi... "E abri largos, franqueando-os, meus umbrais. Noite, noite e nada mais.



A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, dúbio e tais sonhos sonhando que as ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, e a única palavra dita foi um nome cheio de ais, eu disse, o nome dela, e o eco disse os meus ais, isto só e nada mais.



Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo, não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. "Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais. Meu coração se distraía pesquisando estes sinais. É o vento, e nada mais".






Poema de Edgar Allan Poe.



Tradução de Fernando Pessoa